Neste post vou fazer uma análise inter mercados e explicar a relação entre os ativos tangíveis, chamados de Hard Assets, e os intangíveis, conhecidos como Soft Assets.
Primeiramente vou falar dos aspectos técnicos, analisando o ativo GC1 (contrato futuro de ouro negociado no mercado americano).
Conforme publiquei na análise divulgada no início de dez/22 abaixo, o ativo aparentemente concluiu a onda IV de correção no suporte perto dos 1,600, e de lá retomou a tendência de alta numa onda V de impulso rumo aos alvos lá em cima. Considerando que o ativo vem respeitando as projeções que fiz anteriormente (grid vermelho), formando um topo intermediário em R1 e dois topos principais em R2, ondas III e B de IV, minha expectativa é de que, uma vez rompida a resistência em R2, o ativo continue a escalada de preços rumo a R3 e R4.
Agora abordando o assunto sob uma perspectiva de fundamentos, de acordo com John Murphy, em seu livro Intermarket Technical Analysis (1991), os mercados tendem a alternar o foco entre ativos tangíveis (hard assets), como ouro e prata, e ativos financeiros (soft assets), como ações e títulos. Considerando o cenário atual entre a razão Ouro x SPX, temos indícios de que um ciclo em que os ativos tangíveis (hard assets) apresentem o melhor resultado em detrimento dos ativos intangíveis como ações ou bonds (soft assets).
Falando um pouco dos fundamentos, o ouro é tradicionalmente considerado um ativo tangível seguro e um hedge contra a inflação. Em momentos de incerteza econômica, os investidores tendem a buscar proteção em ativos mais estáveis e com valor intrínseco, como o ouro. Isso ocorre porque o ouro mantém seu valor mesmo quando as moedas fiduciárias perdem valor devido à inflação.
Além disso, a relação inversa entre ativos tangíveis (hard assets) e financeiros (soft assets) demonstra que, quando o preço dos ativos tangíveis aumenta, os ativos financeiros tendem a diminuir de valor. Essa relação é em parte devido à correlação entre os preços dos materiais e as taxas de juros. Além do ouro, existem outros ativos tangíveis (hard assets) como prata, petróleo, cobre e alumínio.
O estudo da razão entre o ouro e o SPX mostra que tendências claras se desenvolvem na relação entre esses dois tipos de ativos. No gráfico abaixo podemos observar as mudanças na relação entre os ativos.
Agosto de 2001: compra hard assets, vende soft assets.
Dezembro de 2012: vende hard assets, compra soft assets.
Fevereiro de 2020 (COVID-19): compra hard assets, venda de soft assets (por um curto período destacado com o quadrado vermelho).
Novembro de 2020: vende hard assets, compra soft assets.