Urânio: "Take it or Leave it"

Na última análise que fizemos foi da Amazon, que rendeu acima da Selic e acima da média de fundos de investimento, hoje iremos analisar um mercado com um risco maior e de longo prazo, sendo este mercado, o infame mercado de Urânio.
Desde os acidentes nucleares de Chernobyl nos anos 80 e Fukushima no Japão nos anos 2000, houve um processo de estagnação do crescimento das usinas nucleares em escala mundial, tanto por questões de temor popular e apreensão em relação a segurança desses reatores, assim como também por uma própria política energética dirigida no governo Bush, nos anos 2000 que colocava uma ênfase no desenvolvimento e crescimento das capacidades de produção das indústrias petroquímicas ocidentais, já que em tal documento foi citado o risco a mesma política energética foi a que incentivou as intervenções norte americanas no Oriente Médio.
Com um lobby de petroleiras americanas apoiando as eleições presidenciais americanas os Estados Unidos demorou em comparação a outras nações para entrar na tendência das energias limpas, porém em 2020 e após a invasão russa na Ucrânia e a eleição de Biden, tudo mudou.
Como sempre a geopolítica influencia a economia e a economia influencia geopolítica, desta vez a geopolítica influenciou a economia, com o começo da começo da invasão russa na Ucrânia estados da União Europeia juntamente com os Estados Unidos acabaram por criar uma série de sanções econômicas contra empresas russas, e também contribuíram para o embargo a empresas petrolíferas, o corte do gás da GAZPROM e depois a sabotagem do gasoduto Nord Stream, essencial para envio do tão necessário gás da Rússia para Europa, acabou levando uma quase recessão na economia europeia, principalmente no começo do inverno e acabou levando a difíceis problemas energéticos para a UE, já que a mesma não é capaz de ser auto sustentável em sua matriz energética. A demanda de gás e petróleo do exterior da UE é muito maior que de sua parceira Norte Americana e de muitos outros países o que quase levou a uma crise nas indústrias da Alemanha e França, as duas maiores economias do bloco.

Entendendo os problemas e os riscos econômicos e sociais de passar um inverno com altos preços de energia, assim como o risco industrial de uma nação não ter acesso a energia barata, que é altamente necessária na indústria alemã e francesa, principalmente nas indústrias que geralmente possuem um grau maior de automatização, por conta dessa crise se viu necessário recorrer a antigos métodos de geração de energia, como por exemplo a abertura de usinas de carvão, frente a esses desafios os líderes da União Europeia que foram formar as novas políticas energéticas, estiveram em um grande dilema onde não sabiam se optavam por energias eólicas e solares ou por um misto de todas as energias limpas inclusive a nuclear, apesar da eólica e solar serem altamente sutentáveis e renováveis, ambas não fornecem tanta eficácia na geração de energia sendo necessário grandes campos de eólicos ou solares para geração de energia necessária para o suprimento energético europeu, ou seja enquanto as placas solares não ficarem mais baratas e eficazes assim como a eólica, será dificil a implementação desses meios para suprimir toda a demanda européia.
Vale relembrar também que foi descoberto que a energia eólica ela traz um prejuízo para rota imigratória dos pássaros.

No final os "policy makers" europeus fizeram a mesma decisão que seus contraterraneos no passado e recorreram a famosa energia nuclear, tão endemonizada a alguns anos atrás, esse tipo de energia pode rapidamente produzir suprimir a demanda europeia de forma barata e eficaz, foi a nova aposta dos governos americano e europeu com países como França, Alemanha, Reino Unido e outros analisando a construção de novos reatores. Avanços científicos também possibilitaram uma diminuição do tamanho dos reatores nucleares o que acabou tornando mais atrativo a construção de tais.

A China também se mostrou muito interessada assim como países de grande crescimento populacional e grande crescimento econômico, temos como exemplo China, Coreia e Índia sendo Coreia interessada por conta de abastecer suas indústrias altamente tecnológicas e conhecidas por sua capacidade de desenvolvimento de sua indústria R&D (Research and Development), o Japão também por conta de suas grandes indústrias automatizadas e carência de território para instalação de panéis solares (considerando que para criação de parques solares se necessita de uma grande área) e sem geografia apropriada para parques eólicos, acabou tendo que recorrer para a energia nuclear.

A China por conta de seu grande crescimento populacional e econômico, o que acabou ocasionando a um crescimento de sua demanda energética, a Índia também se interessa por energia nuclear pela sua grande demanda energética ocasionada pelo crescimento de sua populacional e então a indústria, por conta desses fatores a China agora está se tornando e caminhando para uma das nações com maior crescimento na construção de energia nucleares e rivalizando apenas com Estados Unidos.


Nos Estados Unidos também acabaram por se interessar os esforços no âmbito energético nuclear e com Biden entrando na presidência, fortes decisões foram tomadas em apoio a indústria nuclear nacional americana o que acabou impulsionando os futuros de Urânio e ETFs como a URA , também foi liberado incentivos fiscais para indústria de energia limpa de modo geral, a qual a energia nuclear está englobada. Outro fator que fortaleceu o viés nuclear da matriz energética americana, foi opinião popular mais favorável a energia nuclear, já a Coreia do Sul também iniciou grandes empreendimentos para a construção de novos reatores.

Construção de Reatores Nucleares em 2024
- China: 25
- Índia: 7
- Turquia: 4
- Egito: 4
- Rússia: 4


A demanda do Urânio também pode ser demonstrada por exemplo no seguinte gráfico onde vemos uma grande espaçamento entre a demanda e a oferta Mundial isto já em 202, e este número vem se agravando no decorrer do tempo, até porque apesar da energia nuclear em si relativamente prático de se gerar, o processo de estrativização do urânio é extremamente complicado e lento o que leva a um possível sobrecarregamento da capacidade de produção frente a sua demanda.

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