Acho importante exercitar cenários na prática da análise técnica: ajuda a planejar ações e também a estabelecer parâmetros de acompanhamento. Estou tomando a liberdade de utilizar o termo "dead cat bounce" para descrever um dos cenários que tracei. Este termo é mais adequado para um ativo ruim e ou que já caiu muito (efetivamente em tendência de baixa), que dá uma respirada (subida), e volta a cair mais. Justifico a utilização aqui por três motivos: 1º que as médias no momento sinalizam o índice para baixo; 2º ele deveria cair mais, é saudável a continuidade do ajuste em direção a referências históricas de múltiplos (interessante o valuation do Damodaran no artigo de 19/03); e 3º por que acho o termo adequado para descrever a psicologia do mercado neste momento, há esperanças do retorno da normalidade, caso não aconteça o choque será maior (aí para o comprados só dando com um gato morto na cabeça, rsrsrs)! Dito tudo isso vamos aos cenários que tracei para o US500 para acompanhar na semana:
1) Voo de galinha: o S&P não sobe muito mais do que subiu na semana passada e volta a cair. A região de preços em que ele fechou tem próximo duas possíveis resistências (uma inclinada) desenhadas no gráfico e média de 200 períodos do diário e 50 do semanal (não plotadas).
2) O pulo do gato morto - "Dead Cat Bounce": preço passa pelas possíveis resistências, passeia acima das médias, para depois acabar voltando e fazendo novas mínimas. Este cenário vai empolgar, por que trará esperança de um teste de ATH. Vejo a possibilidade dele se desenrolar em duas semanas.
3) Teste do ATH: os touros ressurgiram. O aumento exponencial de incertezas não abala ninguém. A festa não pode parar (como ficaria o bônus de quem trabalha no mercado financeiro). E o índice se firma acima do 4600, começa a desfazer o alinhamento de médias e vai testar o ATH. Este é um cenário que pode levar mais semanas e ele se desdobrará, dependo da trajetória, em outros cenários: por que pode ser novos ATHs ou um topo duplo.
O cenário 1 pode se concretizar rapidamente, porém a anulação dos outros dois cenários só se dará, na minha opinião, se os preços alcançarem a "R.I.P. zone", abaixo dos 4200. Ali só um milagre para salvar os comprados. Por que até lá, mesmo recuando no começo da semana, pode ser um recuo de zig zag para cima.